Teresópolis em Debate

Anderson Harry Grutzmacher, até então um discreto blogueiro de Queimados, no Rio, tornou-se o centro das atenções de uma suposta rede de intrigas que envolve medalhões da política fluminense, a Polícia Cívil e o Jornal O Globo. Tudo teria começado em novembro de 2013, quando o jornal publicou a matéria que dava conta da infiltração de "ativistas profissionais" em protestos como o Ocupa Cabral e o Ocupa Câmara. De acordo com o texto, esses ativistas recebiam de políticos da oposição interessados na movimentação, dinheiro, transporte e alimentação para a agitação dos protestos.

Na sequência, O Globo voltou ao assunto, dando conta de que entre as evidências estariam as gravações feitas por Anderson que teria se infiltrado no PR em busca de provas do fato.

De acordo com  a matéria, Anderson contou que teria recebido 2 mil reais para o pagamento de 15 pessoas que participam de um desses protestos, além das instruções, por celular, da deputada Clarissa Garotinho a respeito do local pra onde deveriam seguir. Agora, a polêmica tomou um novo rumo, com o próprio Anderson dando sua versão da história em vídeos que foram publicados no Blog do Deputado Anthony Garotinho (PR). Seu relato põe em xeque o jornalismo do O Globo e também a Polícia Cívil, além de envolver novos políticos nessa polêmica.

Anderson conta que teria se infiltrado no PR a serviço do Presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), a quem fornecia todo material que pudesse comprometer a Deputada Clarissa (PR) e, consequentemente, seu pai, o deputado federal Anthony Garotinho que, pau a pau com o Ministro da Pesca Marcelo Crivella (PRB), lidera a última pesquisa IBOPE sobre as intenções de voto para governador no Rio de Janeiro. Ele conta que disse isso aos policiais que chegaram a colocá-lo nu numa sala e que não quiseram registrar a história, porém Anderson lembra que anexou ao documento cópia do depoimento que já havia feito na Polícia Federal. Anderson conta que teria recebido 5 mil reais das mãos do Presidente da Alerj, Paulo Melo (PMDB), dentro do seu próprio gabinete. O Deputado André Ceciliano (PT) também teria feito o mesmo pagamento no mês seguinte. "Todas as gravações que foram feitas por mim, dentro do PR ou fora, ou quando alguém me ligava, eu tinha que levar e apresentar aos deputados André Ceciliano e Paulo Melo", disse Anderson no vídeo. Ele também informa que era orientado pelos dois, que pagaram em mãos pelo serviço que incluía a simulação de evidências. Ele conta que tirava de fotos com a Clarissa Garotinho, que, ressalta, nem o conhecia, com o Baiano e com black blocs, para serem usadas para montagens depois. Conta ainda que, "no final", chegou a ser ameaçado por Paulo Melo e André Ceciliano caso revelasse a trama. Na terça, 7 de janeiro, o Deputado Geraldo Pudim (PR) protocolou notícia crime contra os colegas de plenário e solicitou a entrada de Anderson no Programa de Proteção à Testemunha.

CURIOSIDADES:

- Apesar de denunciar o envolvimento dos deputados em seu blog, Anthony Garotinho usou as iniciais P.M. para se referir ao deputado Paulo Melo. A razão é uma ordem judicial.
- Anderson alega que lhe ofereceram 500 mil reais e uma matrícula de 7 mil reais por cinco anos que estaria garantida no caso do Pezão ou do Lindberg ganharem as eleições. Ele só denunciou os dois pelo fato dos mesmos, após Anderson entregar o material, não atenderem mais suas ligações.

- Numa das gravações do infiltrado com o deputado André Ceciliano (PT), Anderson se nega a marcar um encontro pro dia seguinte sob a alegação de ter compromissos onde? Teresópolis...

- Entre os maiores feitos do ex-governador Garotinho, está a Clarissa.

Da série Separados ao Nascer:


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