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agosto 01, 2011

 COMO VAZAM AS INFORMAÇÕES
Suposta recomendação do Biscaia traz a tona polêmica do vazamento de informações sigilosas no Ministério Público
Mais um capítulo da polêmica gerada pelo conturbado cenário político que Teresópolis vive. Dessa vez, Os responsáveis pela RW Construtora, o engenheiro José Ricardo de Oliveira e, sua esposa, Elisângela Fátima de Oliveira, registraram em cartório uma declaração onde contam a respeito de reuniões que teriam ocorrido com petistas e que os levaram, mediante as chances de isenção de culpa e a promessa de auxílio na efetivação de futuros contratos junto ao poder público, a buscar o Ministério Público. 
As declarações também trouxeram à tona a polêmica do vazamento de depoimentos que corriam sob segredo de justiça. Segundo os empresários, o Vereador Cláudio Mello teria relatado aos mesmos que a publicação desses fatos seria uma recomendação do ex-Deputado Biscaia.
Na declaração, José Carlos Porto, ex-Presidente do PT Teresópolis, o Vereador Cláudio Mello, o Deputado Nilton Salomão, o ex-Deputado Antônio Carlos Biscaia e o Procurador Paulo Cezar Barata são citados pelos empresários. 
 Segundo o documento, os empresários de encontraram com o amigo José Carlos Porto que teria alertado que tais dificuldades estariam sendo criadas para queimar a empresa. Nessa ocasião, José Ricardo teria declarado não acreditar nessa possibilidade porém a situação continuou se agravando com o atraso dos pagamentos e a re-ratificação dos contratos que se complicou com a saída do então secretário de obras, Paulo Marchesine, que estava a par de todo esse processo. 
 Para piorar a situação, uma catástrofe de proporções inimagináveis atingiu Teresópolis, tornando ainda mais lenta a solução desses problemas. Dada as chances de ações mais rápidas frente a catástrofe, a RW efetivou novos contratos com a Prefeitura nesse sentido porém os mesmos tiveram seus pagamentos  suspensos pelo Ministério Público, o que complicou ainda mais a situação da empresa que já se encontrava com dívidas trabalhistas, com fornecedores e com o nome caluniado, segundo o documento, pelo Vereador Cláudio Mello que estaria empenhado em espalhar acusações infundadas. 
 Diante desse quadro os empresários resolveram voltar a procurar o amigo José Carlos Porto, dessa vez em busca de auxílio, dada a influência do mesmo junto ao PT de Teresópolis. Um encontro foi realizado na residência do Porto que se prontificou a intervir na questão e, após contato com o vereador Cláudio Mello e com o deputado Nilton Salomão, outra reunião foi realizada, dessa vez no Gabinete do Vereador petista. Segundo o documento, teria partido do Vereador a idéia da delação premiada, mediante a intenção de ajudar a empresa na efetivação de contratos futuros e da garantia de isenção de culpa. "Vocês não ficarão desamparados, contudo é preciso que vocês citem o nome do José Alexandre e sua ligação com a empresa Terrapleno, o Prefeito e outras empresas" - teria proposto Cláudio. 
 Diante da falta de provas para a efetivação de tais declarações junto ao MP, Cláudio teria dito que era para apenas falarem e que a investigação caberia ao Ministério Público. O Vereador teria então ligado para o Procurador Federal Paulo Barata que, ainda que em período de férias, veio a Teresópolis no mesmo dia para ouví-los. Segundo José Ricardo, o Procurador o ouviu por cerca de meia hora e apresentou um termo documental para assinatura porém o empresário se recusou por acreditar que, diante da ausência do seu advogado, aquela era uma conversa informal. 
  Outro encontro teria acontecido no Rio, dessa vez agendado com o ex-Deputado Biscaia porém o mesmo não apareceu alegando outros compromissos e então os empresários teriam ido na companhia do Porto e do Cláudio até a Procuradoria do Estado. "O Vereador Claudio mello forçava a barra para que falássemos alguma coisa" - cita o documento que ainda diz que foi necessária a intervenção veemente do advogado.
 Na saída, os empresários declararam o temor a respeito das chances dos seus depoimentos virem a público e teriam recebido do Vereador a afirmação de que se isso ocorresse seria até melhor para a segurança de ambos e que inclusive essa seria uma das orientações do ex-Deputado Biscaia.
 Finalizando o documento, os empresários afirmam que não tem qualquer relação com as publicações da imprensa a respeito do assunto e que não deram entrevistas ou forneceram cópias dos depoimentos prestados. Para conferir a declaração na íntegra, aqui. 
Ouvido pela CPI da Câmara de Vereadores de Teresópolis, José Ricardo negou ter participado da delação premiada:
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 FOI O QUE BASTOU
Prefeito diz na TV que Vereador e Deputado cometem até crimes visando 2012
Na noite da publicação da declaração dos empresários da RW a respeito de como teria ocorrido a relação com o Ministério Público e da suposta influência do ex-Deputado Biscaia em todo esse trâmite, o Prefeito Jorge Mário também publicou um vídeo na TV Cidade onde focou o assunto de forma a responsabilizar o Deputado Nilton Salomão e o vereador Cláudio Mello, ambos ex-aliados petistas, de terem influenciado na questão junto ao MP, com o auxílio do ex-Deputado Biscaia. 
 Para o Prefeito, essa é uma evidência que deixa claro a intenção de ambos de agir, mesmo que de forma criminosa, com vistas na eleição de 2012. Jorge Mário ainda questionou a comissão de ética do Partido dos Trabalhadores a respeito do ocorrido e cobrou ações contra Salomão e Cláudio que até o momento não se pronunciaram sobre o assunto.
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NOITE NO SOBERBO
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