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maio 19, 2014

Enquanto isso, na Várzea...
Organizada por partidos de esquerda e simpatizantes, a manifestação contra o aumento da tarifa do transporte público intermunicipal em Teresópolis ficou bem abaixo da lista de convidados confirmados para o evento. Dos mais de 3 mil convidados, cerca de 100 confirmaram presença pelo Facebook mas só 30 compareceram à passeata que saiu da Calçada da Fama em direção à rodoviária no início da noite dessa segunda (19). No trajeto, militantes entregavam panfletos do Partido Comunista Brasileirol. "Nós do PCB erguemos nossa bandeira vermelha, nossa foice e martelo, e denunciamos a exploração pelo capitalismo" - dizia o texto que além das reivindicações comuns de todo teresopolitano conhecedor do assunto, também pedia uma "espécie de estatização do transporte" (empresa municipal operando com tarifa social - citava o texto) em Teresópolis, atualmente com o serviço a cargo das Viações Dedo de Deus e 1º de Março. 

Longe do radicalismo partidário, com um reajuste abaixo do Índice de Preços ao Consumidor no período (5,45% e o IPCA de 5,91), o valor da tarifa só deverá pesar menos no bolso do teresopolitano com a implementação de uma série de medidas que dependem da solução de um polêmico entrave burocrático.  Em agosto de 2013 a Câmara de Vereadores realizou a 1ª audiência pública para discutir o transporte coletivo na cidade. Dela, concluiu-se que se faz necessária a realização de um novo estudo da mobilidade urbana no município, para nortear as ações devidas rumo à evolução do sistema de trânsito na cidade. O que ocorre é que atualmente o município está impedido de contratar tal estudo, até que os trâmites burocráticos do cancelamento da contratação anterior estejam resolvidos. Relembrando: Em fevereiro de 2013 representantes da COPPETEC/UFRJ apresentaram os resultados do estudo de mobilidade encomendado pela prefeitura, ainda na época do governo Jorge Mário. Ele apontava para medidas como uma nova licitação para o transporte público na cidade, a implementação da bilhetagem eletrônica com integração temporal e a revisão das gratuidades, apontada como uma das razões dos valores praticados em Teresópolis. Porém, com ele também surgiram algumas "novas" polêmicas. Sua metodologia foi alvo de críticas, tanto pela abordagem como pela abrangência e a apresentação ocorreu sem que o contrato firmado pelo governo Jorge Mário fosse quitado por fazer parte dos que foram suspensos com a cassação do prefeito, em novembro de 2011. "A suspensão do contrato gerou a demanda burocrática que enquanto não for resolvida impede que o município contrate um novo estudo, necessário para os avanços pelos quais o setor deverá passar" - alegou o Secretário de Segurança de Teresópolis, Marco Antônio da Luz, na audiência.
Tecnicamente, sem que as devidas intervenções sejam realizadas, não deverão ocorrer ganhos significativos pro passageiro e a tarifa deverá continuar sendo reajustada, ano após ano, como efeito natural da inflação no país. 

MOMENTO DE FÉ
Com o Pastor Arnaldo:
Para conferir o Nada@Ver Especial com o Pastor Arnaldo, clique aqui.

Um comentário:

Roger W. disse...

Quanto à questão que emperra o nosso transporte público, é exatamente isso. O foco das manifestações tem de ser com vistas à resolução deste imbróglio, principalmente, e sugerindo medidas paliativas em prol do bolso da população, enquanto a situação burocrática que impede a contratação de um novo estudo não é resolvida. Infelizmente não é que se vê: fazem barulho por fazer, mais preocupados em panfletagem partidária do que propriamente em ser uma voz do proletariado de nossa cidade.