Teresópolis em Debate

maio 08, 2012

BEM VINDO AO MUNDO REAL

A corrupção e a impunidade sempre foram características do Brasil mundo afora e pelo que tudo indica as expectativas de mudança desse quadro são bem remotas graças a um sistema de leis que favorecem os corruptos e que depende dos mesmos para que seja alterado.

Um exemplo recente disso é o escândalo Cachoeira que traz novamente à tona personagens de escândalos passados que, ao invés de terem sido punidos de forma exemplar, reaparecem ostentando poderes ainda maiores. A impunidade começa na ignorância de um povo que responsabiliza os políticos por tudo mas que vota irresponsavelmente. Recentemente o Ministro Chefe da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, fez um diagnóstico da corrupção no país e destacou o financiamento de campanhas, por parte da iniciativa privada, como uma das raízes da corrupção.

"Ninguém pode ser ingênuo de negar que a empresa que apóia hoje, é a mesma que espera apoio amanhã" - disparou o Ministro que ainda chamou a atenção para a urgente necessidade de alteração da legislação processual para que o país saia da liderança do ranking mundial de possibilidade de recursos judiciais que contribuem com a morosidade da justiça.

De acordo com uma pesquisa do Instituto de Direito Público (IDP) de Brasília, menos de 5% dos casos de corrupção terminam em condenação. Trocando em miúdos, o sujeito que é pego roubando laranja na feira é detido e reponderá o processo preso, enquanto quem desfalca os cofres públicos em milhões, bilhões, conta com uma série de recursos que dificultam a punição.

É O RAPOSO QUEM DIZ...

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CASAS POPULARES - AGORA É LEI
Pode parecer repetitivo e assim mesmo é que deve ser até que se avance nas soluções pro problema. O fato é que atualmente, segundo a Promotora de Justiça Anaiza Malhardes, Teresópolis conta com mais de 50 mil pessoas morando em áreas de risco.

Recordista absoluta no ranking nacional de vítimas por tragédias naturais, com seus 392 mortos, Teresópolis permanece jogada à sorte e tem pouco, quase nada, a comemorar.

Com a vida estraçalhada, literalmente, da noite pro dia, centenas de teresopolitanos permanecem sem um teto pra chamar de seu. Frente às promessas vencidas do governo do estado a Câmara de Vereadores tomou a iniciativa e, durante a segunda votação ocorrida na sessão dessa terça, 8 de maio, aprovou a emenda a Lei Orgânica que institui um percentual mínimo de 3% do orçamento anual do município para a aquisição de terrenos e construção de casas populares.

O autor do projeto, Vereador Major Anderson, disse que hoje esse percentual seria equivalente a mais de 5 milhões de reais e que a partir do ano que vem, qualquer que seja o Prefeito terá que investir essa quantia num plano habitacional.

O Presidente da CPI da Região Serrana na Alerj, Deputado Luiz Paulo, recentemente destacou a importância dos municípios da Região Serrana iniciarem por meios próprios seus planos habitacionais como forma de impulsionar o estado nesse mesmo sentido.

Luiz Paulo disse que a CPI chegou a conclusão que para que as pessoas sejam retiradas de todas as áreas de risco, em Teresópolis, seriam necessárias, no mínimo, 7 mil habitações.