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abril 14, 2012

POLÍTICA NA PRÁTICA
Numa matéria para o Nada@Ver, fomos para as ruas em busca da opinião das pessoas sobre política e o que encontramos foi um misto de decepção e muita desinformação, a ponto até mesmo de gerar equívocos em relação as atribuições de cada cargo. Nunca é demais para os meios de comunicação abordarem o assunto pois o conhecimento leva a responsabilidade.
Cabe ao prefeito sancionar e revogar leis, vetar projetos inconstitucionais ou que não sejam de interesse público, nomear ou demitir servidores, acompanhar a execução dos programas e fiscalização da aplicação dos recursos e auxiliar os habitantes da cidade em sua sobrevivência.
Na prática, é uma questão estratégica manter uma boa relação com a Câmara de Vereadores pois o Prefeito depende dela para a aprovação dos seus projetos. O apoio dos Vereadores custa o apoio do Prefeito e desses acordos fazem parte a nomeação de indicados, a destinação de verbas para projetos comunitários dos edis e, lamentavelmente como a mídia nacional vem nos mostrando, vantagens extra-oficiais. 
A aliança entre os dois poderes é vantajosa para ambos. Na base de apoio prefeito, o vereador tem mais chances de conseguir um cargo na estrutura e verba para seus projetos. Já para o prefeito, ter uma base aliada evita o rigor da fiscalização, uma das atribuições teóricas da Câmara, e garante a aprovação dos seus projetos. Teresópolis é novamente um explícito exemplo disso. 
O prefeito Arlei, que era Presidente da Câmara e assumiu interinamente graças a morte do vice-Prefeito Robertão após a cassação do Prefeito Jorge Mário, tem o apoio, quase que unânime da Câmara Municipal, o que tem lhe garantido total governabilidade. Tal liberdade acaba colocando a Câmara em saias justas. Pelas redes sociais, oposição e cidadãos comuns tem feito o trabalho de fiscalização do executivo. Na última semana o Brasil assistiu um Deputado Federal, que nada tem a ver com a cidade, denunciando os atos da Prefeitura. Interesses eleitorais à parte, a denúncia acabou levando o Prefeito a voltar atrás, porém o assunto ganhou as raias do Jornal Nacional. É na flexibilização da fiscalização dos atos do executivo, por parte do legislativo, que se encontra um dos pontos mais frágeis dessa aliança e que podem custar, por vezes, a imagem de ambos frente a sociedade mais esclarecida. Uma vez flagrante as falhas operacionais do orgão oficial fiscalizador, teoricamente, caberia a sociedade lutar pelos seus direitos, isso com o apoio da imprensa, considerada o quarto poder. Na prática, poucos são os interessados nesse tipo de acompanhamento e descartando os que tem interesse direto em adentrar nesse sistema, os que restam geralmente só encontram aborrecimento, ao ver o civismo esmagado pela nova ordem, extra-oficial. E a imprensa, num malabarismo religioso, luta para cumprir seu papel ainda que, sem o apoio necessário do empresariado, tenha nesse sistema uma fonte indispensável de recursos. Tudo está ligado numa extensa rede de fatores que mantém o sistema funcionando. Tudo perfeitamente dentro da lei e democraticamente passível de mudança, bastando para isso da alteração do consciente coletivo, o que leva tempo ou precisa de muito incentivo para acontecer. Enquanto quem rouba pra comer fica preso, outros desfalcam milhões dos cofres públicos sem perder a autoridade. O Brasil mandou seu recado mais uma vez quando fez de um palhaço o Deputado mais votado do país.
"Eu não sei mas vota em mim que eu te conto"- isso é a cara do Brasil!
Hoje é ele quem melhor representa o circo. Falta que o futuro passe no intervalo da novela pra que o povo se dê conta que faz parte do sistema e busque seu espaço de forma consciente. Enquanto isso não ocorrer, a política continuará sendo próspera para poucos e sem perspectiva de sustentar na prática seus discursos. No final das contas, os políticos são o reflexo do povo e esse não anda muito disposto a assuntos tão chatos como a política. 
Imbuídos de muita criatividade, estamos preparando um Nada@Ver especial sobre o assunto.
 Em breve na Diário TV, canal 4 da RCA.


PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR:
Mas vereador, em vez de fazer coro com o Garotinho não deveria O SENHOR TER FISCALIZADO ESSA PORRA DIREITO?

Um comentário:

glaristhon disse...

Pelo menos o cara se manifesta!e os outros?